domingo, 17 de julho de 2022

 

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Acervo da GVvive sobre filmes sobre Vocacional e Educação

1. Ensino Vocacional (1968). Maurice Capovilla/Ruda de Andrade

2. Sete Vidas Eu Tivesse... (2006) Jose Mauricio Oliveira

3. Vocacional Uma Aventura Humana (2011) Toni Venturi

4. Ensino Vocacional em 9 Minutos (2011) Camila Teresa 

5. Ginásio Vocacional 40 Anos depois (2012) - Jacque Manfrin/Stela Jordy

6. Vocacional Noturno > 2017 Antônio Assiz

7. Paulo Freire Contemporâneo – Toni Venturi

 

Acervo da GVive - Filmes sobre Educação

1.     Educação.Org - Série de 6 filmes:  Luiz Bolognozi e Lais Bodansky > 6 vídeos84.2014.  1. Teaser Oficial

2.                                2. Levanta o Braço

3.                                3. Diretor de Harmonia

4.                                4. Eu Acredito

5.                                5. Linha na Pipa

6.                                6. Escola do Futuro.

7.     Tarja Branca - Cacau Rhodem

8.     Quando sinto que já sei – Antônio Lovato  

9.     Uma professora muito maluquinha -Ziraldo...

10.                       

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

 www.gvive.org.br 

sábado, 23 de outubro de 2010

OS COLÉGIOS VOCACIONAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO OU

OS COLÉGIOS VOCACIONAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO OU
QUINZE ANOS DE SEPULTURA

Maria Nilde Mascellani
Outubro/1984.

Depois de 15 anos da extinção dos Colégios Vocacionais eles ressurgem na memória de muitos educadores, na busca de explicações entre pesquisadores e na ânsia de informações entre estudantes secundaristas e universitários.
Experiência controvertida... Por ela passaram mais de 8000 alunos, 400 professores (com mais de 2 anos de permanência), 7000 professores em situação de treinamento e estágio, funcionários técnicos, burocráticos e braçais além das famílias de alunos e membros da comunidade. Segundo os professores Antonio Cândido de Mello e Souza e Lauro de Oliveira Lima (Revista Visão, janeiro/1970 – “Ensino Vocacional: Renovação ou Revolução?”) foi a experiência mais significativa na educação pública brasileira até aquela década.
Extinta em junho de 1969 pela repressão policial-militar que a caracterizou de subversiva e contrária aos interesses da segurança nacional, criou a partir daí um novo capítulo de sua própria história: o penoso Inquérito Policial-Militar que durou de 1970 a 1973 envolvendo alunos, professores, funcionários e até mesmo pais. Hoje dele se fala como se já tivesse ocorrido há muito tempo. Em nenhum lugar a não ser nos arquivos dos órgãos de segurança, ficaram registradas as marcas daqueles dias e daquelas noites (quase 4 anos) de prisões, interrogatórios intermináveis, torturas, devassas nas escolas e nas casas particulares, punições arbitrárias executadas com o objetivo não mais de destruir a experiência (pois ela já havia sido declarada “legalmente” extinta) mas de destruir as lideranças, de calar as vozes e paralisar as mãos.
E esta experiência, segundo a afirmação de um religioso amigo, funcionou como a diáspora dos tempos apostólicos do início do cristianismo.
Aparentemente morta, está na vida de todos quantos por ela passaram, bem ou mal sucedidos. Para alguns a marca profunda da descoberta de uma nova educação, de uma resposta coerente e inventiva para as indagações da juventude brasileira. Para outros, a pedra de toque que testou com coragem as raízes do conservadorismo e outros “ismos” que será preferível não comentar. Objeto de amor para tantos jovens, professores e famílias que dela puderam sugar em profundidade sua filosofia. Objeto de ódio para aqueles que por ela foram caracterizados como o joio da educação e da cultura. Ervas daninhas que floresceram no caldo suculento da ditadura, do autoritarismo, alimentando todas as expressões de seu oportunismo.
Se nos dias atuais assistimos o ressurgimento das idéias e dos ideais contidos na experiência dos Colégios Vocacionais da rede pública do Estado de São Paulo, de outro assistimos com tristeza o espetáculo camaleônico de transformação de figuras medíocres e autoritárias em “autoridades constituídas” das repartições públicas da educação neste mesmo Estado. Certamente, contradições de um período de governo democrático que convive com o ranço do antigo regime, por sinal ainda presente no Governo Central.
Animador para todos os educadores é andar por São Paulo e pelo Brasil e sentir como a experiência ressurge na vida profissional dos que a viveram, na busca de contribuição para as formulações educacionais que hoje se fazem necessárias. E diante do marasmo que invade as mentes depois de um longo período de esvaziamento cultural muitos professores estão a refletir aquela experiência; para alguns ela deveria ser retomada, para outros deveria servir de quadro de inspiração para propostas atuais, para outros ela aparece como algo imaginário, fantástico e distante, para outros ainda, ela evidencia o quanto se perdeu em matéria de educação após o enrijecimento político de 1968.
Os Ginásios e Colégios Vocacionais foram transformados no início dos anos 70 em Ginásios Comuns. E nunca o nome foi tão próprio. Eles se tornaram escolas comuns ao sistema vigente. E tal foi o nível de comunhão entre eles e o sistema que a educação que neles vem se realizando, foi de nível bastante inferior ao das escolas comuns da antiga rede. A ordem estabelecida não permitiu que ficasse “pedra sobre pedra”. Visitamos o Colégio Oswaldo Aranha do Brooklin e algumas das cidades do interior onde funcionavam Ginásios Vocacionais. O que se observa na paisagem, no espaço físico, encontra um correspondente nas mentalidades dos educadores que os assumiram. Os jardins e espaços livres foram substituídos por muros e estacionamento de carros; as janelas abertas, por grades com cadeados; as salas de trabalho, por grandes depósitos de equipamentos quebrados. Um dos Ginásios do Interior, apesar da elevada demanda de alunos na cidade, é em grande parte um depósito de coisas velhas da Prefeitura. O que dizer então das mentes? Para que nada ressurgisse neste tempo quase passado se adotou uma “pedagogia funerária”. Era necessário que todos enterrassem qualquer lembrança do que nestes espaços se viveu.
Estamos agora no tempo de ressuscitar aqueles capítulos da história da educação. Há uma efervescência entre professores e estudantes na busca do novo ou do necessário. É sempre surpreendente para auditórios estudantis ou de magistério descobrir ou saber de algo mais a respeito desta controvertida experiência. Sente-se um desejar ter vivido aqueles momentos; sente-se também a vontade de construir algo semelhante. Muitos têm nos procurado para debates mais aprofundados sobre a questão educacional hoje e dentre eles alguns estão assumindo a árdua tarefa de ajudar a resgatar esta memória. Há os que pretendem elaborar teses de pós-graduação universitária a partir de questões suscitadas pela experiência dos Colégios Vocacionais da rede publica.
Fica porém para todos nós a grande responsabilidade de registro e divulgação da experiência na sua totalidade. Mesmo com as imensas dificuldades por não se ter materiais documentais, pois a maioria deles foi retirada dos ginásios na violenta invasão que sofreram no dia 12 de dezembro de 1969 por parte da Polícia e do Exército. Não contentes começaram a levar o que encontraram nas devassas que faziam em muitas de nossas casas.
Mas o que os policiais e os militares talvez não saibam é que a verdadeira História não morre. Ela está dentro de cada um que a viveu e será publicada um dia, para que os jovens das novas gerações saibam o que já se fez, saibam que neste País alguns educadores já deram muito de suas vidas por um Brasil livre. E alguns ainda vivos cantam em coro a defesa de seus ideais, o canto da libertação educacional – “Sete vidas eu tivesse, sete vidas eu daria...”

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Artigo publicado no número especial de comemoração de 100 anos do jornal Diário Popular – “Um século de lutas pela liberdade” – de 08 de novembro de 1984, p. 52.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

21 de junho de 2010 - WWW. Gvive.org.br > A GVive, associação de ex-alunos e amigos dos Ginásios Vocacionais, criada em 2005, tem como objetivo, recuperar documentos sobre a Pedagogia Vocacional, toda documentação referente a listas de alunos e professores de todas as unidades. Pretende também participar da discussão sobre os rumos da educação no pais, parado desde o fim dos anos 60, quando fecharam os vocacionais e outras escolas experimentais.
Deseja também elaborar projeto experimental a ser levado e experimentado em Ongs, fundações, escolas particulares e escolas públicas, talvez como uma classe experimental como aconteceu em Socorro em 1957 - Classe Experimental do Instituto Narciso Pieroni.
O lema da GVive é "por um ensino público, gratuito e de qualidade"
O cadastro da GVive (ainda incompleto) tem sido feito por levantamento boca a boca, graças à memória de cada um dos colegas do vocacional. Por passar mais de 4 anos em período integral, cada ex-aluno sabe de cor nome e sobrenome de seus colegas de turma.
Além da recuperação documental, a GVive trabalha também com o recolhimento de informações via oral. O GT Memória da GVive vem trabalhando desde 2005, entrevistando pais, amigos, professores, diretores e diretores ligados ao vocacional, para complementar a falta de documentos confiscados(pelo exército e alguns queimados quando da invasão ao mesmo tempo, das seis unidades vocacionais em 12 dezembro de 1969- época da ditadura.
Ultimamente vem saindo na imprensa que documentos estão sendo liberados a consulta pública. A GVive deseja participar e poder ter acesso a todos documentos que foram indevidamente recolhidos.
Passados 40 anos claramente se percebe que houve erro de avaliação daqueles que estavam no comando. Eles tinham medo que a escola fosse comunista.
Eles apenas acabaram com a melhor experiência em educação publica no pais.
E não tiveram a competência de colocar nada em seu lugar.

 Luigy Marks  (Luiz C.Marques) 

sábado, 19 de junho de 2010

Em 1.o de julho tomará posse a nova diretoria da GVive 2010/2011


Diretoria Executiva:

Presidente: Luiz Carlos Marques (Luigy) - T63
Vice-Presidente: Shigueo Watanabe Jr. - T65
Diretoria de Finanças e Administração: Paulo Ângelo Martins Jr. - PÔ - T68
Ações: Pagamentos e controles bancários, anuidades, doações, balanços, balancetes, documentação.
Diretoria Social e Cultural: Ana Rosalina Rodrigues Vaz de Andrade - T69
Ações: Eventos, seminários, palestras, caravanas, mostras de vídeo e fotográficas, área social e esportiva, bazar, eventos artísticos, supervisiona cadastro, site e neswletter.
Colaboradoras
Eventos: Ângela Antunes - T70
Cultura: Vanda - T64

Diretorias Adjuntas:

Diretoria de Captação e Recursos: Luiz Henrique Mello - Lou - T63
Ações: Busca de parcerias financeiras e culturais e patrocínio. Iniciar projetos.

Diretoria de Educação e Pesquisa: Esméria Rovai – RAV
Ações: Formar um Centro de Memória Virtual em nosso site com direcionamento para pesquisa (CMEUSP e Cedic); Desenvolver novas publicações, palestras, kits de apresentações; Redimensionar o Grupo de Memória; Iniciar um projeto experimental de educação nos moldes do vocacional voltado para os dias atuais.
Colaboradores
Daniel Chiozzini – Filho de professores
Profª Nobuko Wada
GT Memória: Renata Delduque - T68

Diretoria de Cadastro e Informática: Imma Marques - associada
Ações: Edição e inserção de conteúdos para o site, cadastro, newsletter, Ning, Twitter, Facebook, Orkut e Blogues em conjunto com a diretoria social e cultural.
Colaboradores
Cadastro: Liety Jussara Pucca – T73 (colegial)
Site (revisão de conteúdo): Paulo Ricardo Simon – T66

Diretoria Jurídica: Armando Varroni - T65
Ações: Documentação, cartórios, estatutos, projetos e lei Rouanet.

Diretoria de Multimídias: Marco Otavio Baruffaldi - T63
Ações: Gravações em áudio e vídeo de entrevistas e eventos; Desenvolver produtos: DVDs, Kits, Banners, flyers e adesivos; Assessoria de imprensa.
Colaboradores
Cine e Vídeo:
Satie Wada - T72
Luis Bacci - T69
Artes Gráficas: Osnei F. Rocco - T69 Barretos --- Cristian Rosell Marques - colaborador - flash
Assessoria de Imprensa:
José Maurício Oliveira - T63
Edna Meire - T63
Dulce Rosell Marques - Jornalista UOL TV- colaboradora


Diretoria de Relações Institucionais:
Maria Aparecida Schoenacker (SEV) e Ângelo Schoenacker (Supervisor de Artes Industriais)
Ações: Contatos com instituições, visitas e representações.

Conselho Fiscal:
Ações: Controle Financeiro
Titulares:
Paulo Ricardo Simon - T66
Waldery Mazza - T62
Zaíra de Abreu - T69
Suplentes:
Carlos Martins - T72
Hans Müller - T72
Ricardo Martins - T71


Diretorias Seccionais (Nacionais e Internacionais):
Ações: Cada unidade fará suas atividades (contatos, eventos e ações) em parceria com GVive São Paulo.
Americana:
Alcimar Lima - T62
Barretos:
Elisete Greve Tedesco - T70
Dalton Souza Genestreti Jr -T66
Marilda Solon Teixeira Botessi - T66
Batatais:
Pérsio de Almeida Rezende Ebner - T65
Ricardo José Cavallini - T75
Rio Claro:
Antonio Carlos Sarti - T65
Carlos Alberto Hoffmann - T64
Virgínia Bonatti de Mello - T63
São Caetano do Sul:
Jane Lamattina - T68
São Paulo:
Zaíra de Abreu - T69

Japão:
Evelyn Kukota - T72
Portugal:
Tina Palmas - T70
EUA:
Marcelo Andrade - T65
Canadá:
Heinrick Karl Junior - T65
Daniel Araújo - T69

GV São Caetano do Sul

São Caetano do Sul

1968 - Instalação do Ginásio Vocacional em São Caetano do Sul – Ginásio Estadual Vocacional de Vila Santa Maria (com duas turma em meio período)

Anos 60, vários segmentos experimentais estavam em desenvolvimento no Estado de São Paulo. Cada uma dessas variantes, acreditava ter encontrado a solução para a educação. Ao invés de somar, naquilo que havia logrado êxito, alguns setores da Academia, trocavam farpas. Geralmente o alvo eram os Vocacionais, que gozavam de certa liberdade e de verbas. Só isso já era motivo de ciúmes.

Uma das queixas sobre os vocacionais, dizia que eles eram elitistas. Que eram vertidos para as classes mais favorecidas.

Para provar o contrário, a coordenadora do SEV, propôs criar uma unidade na região do ABC, uma área particularmente só de trabalhadores.
E para mostrar que era viável, propôs ao invés de período integral, testar a escola de meio período.
A Cidade escolhida foi São Caetano do Sul. Luigy - Luiz Carlos Marques

Depoimento:
São Caetano do Sul (o C do ABC, na Grande São Paulo) se desenvolveu em função do pólo industrial. Portanto, era uma região habitada, em sua grande maioria, por operários. Conclusão: o dinheiro era curto e as perspectivas de futuro não eram lá grande coisa. Os filhos desses operários, como eu, meus irmãos e amigos, estudavam em escolas públicas, localizadas nos bairros onde morávamos. No meu caso, na Vila Santa Maria, que foi escolhida para abrigar a Escola Vocacional, na Alameda Conde de Porto Alegre”.

“O ensino público na época não era dos piores - não se compara ao que vemos hoje -, mas não dava para competir. Quando começou a construção do edifício do então Vocacional, lembro-me do falatório da "rádio peão". Ninguém sabia ao certo o que seria aquela escola: Vocacional!? Que história era aquela. Falava-se em uma escola em que o aluno fazia um teste "vocacional" para entrar. A confusão entre Vocacional e "vocação" nunca foi desfeita, porque não chegamos - os militares não deixaram - a conhecer o que hoje se conhece como um ousado conceito pedagógico. Neusa Spaulucci - Jornalista -